sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Minha vida tem trilha sonora




Minha vida tem trilha sonora.

A música me move.
Sou pop, sou reggae, sou rock. E até arrisco um xote.
Às vezes tenho que sambar, outras vou miudinho, como aquele pagodinho, só no sapatinho, se a vida pede posso até requebrar.
Sou Bossa, sou MPB. E porque não ouvir um sertanejo curtindo uma fossa e vendo o dia amanhecer?!
Ouvir um eletrônico, sincronizado com as batidas do meu coração. Sentindo o vento no rosto... Que delícia de sensação!
Não tenho um único estilo, não gosto de nada que é imposto.
O que minha alma pede eu faço com gosto.
Vivo uma melodia em cada novo amanhecer, essa é minha alegria de viver!

(Tati Pereira)

sábado, 29 de agosto de 2015

Gente morna não me apetece



Ando tão cansada do: "Você que sabe"... "Pode ser"... "Tanto faz". 
Isso mexe com minha paz.
Cansada dessa gente que vive em cima do muro, dessa gente que não tem postura. Dessa gente que não se impõe, que não toma a frente - dessa gente que não diz honestamente o que sente. 

Cansada dessa gente que não se entrega à loucura, que não decide nem onde ir, muito menos que rumo na vida seguir. Gente que não te lê, e não permite ser lida.
Ando cansada dessa gente que não se entrega para vida.

Gente que não demostra segurança. Que parece não sentir prazer em nada. Que não assume seu papel. Que culpa sempre o outro e não reconhece ser o réu. 
Gente que prefere passar a vida como coadjuvante. Mesmo podendo ser amante. 
Gente engessada, sem nenhum tipo de manifestação. Que até se esquece do que lhe faz bem, se é que sabe... E não reage. Porque está mais preocupado em manter as aparências do que se entregar a emoção.

Gente que transforma até o sentir em algo mecânico. Como se fosse premeditado, programado. Gente que não bate no peito pra firmar o que diz. Que não enfrenta; derrotado. Gente que fala sempre por entrelinhas, indiretas, piadinhas. 
Que não fala cara a cara. Que se esconde por tantos meios. Gente que faz tipo, que faz graça sem graça. Que distorce a seu favor. Gente morna e azeda que guarda rancor.

Gente que abre mão do conteúdo pra desfilar com uma embalagem. Gente que não vê que na verdade somos todos iguais, que estamos aqui só de passagem e que o que vale mesmo é somente a viagem.

Gente que preocupa mais com o TER do que com o SER.
Dessa gente, sinceramente?! Não tenho rancor. Dessa gente, eu tenho é pavor.

(Tati Pereira)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Deixa estar



Existem certas datas que são como divisores de águas nas nossas vidas... como uma espécie de renascimento, um reencontro com nós mesmos. 

Chega uma hora em que a gente para pra pensar, e, por algum momento senti que minha essência havia se perdido. Ocupada demais tentando ser o que os outros gostariam que eu fosse, correndo  contra o tempo e tentando fazer tudo e agradar a todos pra me dar conta disso. 

Foi necessário essa "pausa" forçada para que eu voltasse para mim mesma e me "centrasse" mais. Voltei com muito mais  força,  mais intensidade.  É possível controlar a intensidade, é possível definir e decidir o quanto posso me doar para alguém e e o quanto cada um merece de mim. 

Hoje não tenho mais aquela pressa, aquela tensão. Não quero tudo para ontem e não acredito mais que se não for agora não mais será. Tudo tem seu tempo e nem sempre esse tempo é o mesmo tempo que o meu. 

Venho aprendendo muito com o tempo - aprendi que as pessoas que sempre estiveram sorrindo ao meu lado não seriam as mesmas que estariam ali no momento do choro. Mas sei também que encontraram o "tempo" delas, e respeito.  Me fez notar quantas pessoas especiais tinha a minha volta e que por falta de tempo ainda não tinha me dado conta. Aprendi a ser ímpar, sem que ninguém me ensinasse. Aprendi a gostar da minha própria companhia. E também a dar valor as pessoas que realmente estão comigo, mesmo que distantes. 

E hoje sinto muito mais a "presença" dessas pessoas e são essas que merecem valor. Com o tempo a gente aprende, a gente muda, a gente entende. Aos poucos a gente recicla tudo por dentro, amadurece, reinventa, esquece, perdoa. 

Com o tempo a gente aprende a dar um tempo e deixar que o tempo se encarregue. A própria vida trata-se de se dar conta de tudo, sem que nos desprendamos de esforço, de forma simples e natural. Com o tempo a gente aprende que não vale a pena perder tempo e valoriza o pouco tempo que ainda nos resta. Com o tempo a gente aprende que tudo é apenas questão de tempo. Deixa estar. Com o tempo a gente aprende que Deus não castiga. Deus ensina.

(Tati Pereira)

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Depois de você



Depois de você ir à praia meio que perdeu a graça. Eu estou bem, continuo dando conta de tudo, e sei que em breve a poeira vai se assentar. Mas sinto que depois de você, ir ao the makis não tem o mesmo sabor - e por mais que seja gostoso comer os temakis de lá, não é mais tão bom sem a sua companhia para rir daquele gordinho que dá troco errado rs.

Depois de você, conhecer pessoas novas perdeu a graça, por mais que eu me esforce em conhecer o melhor deles. Em meia hora de conversa já me canso, porque vejo que depois de você, nenhum deles vai ser capaz de chegar tão próximo de tudo que eu quis pra mim em alguém, como você chegou. Depois de você eu aprendi a ponderar, a prosseguir, a manter o sorriso no rosto e não olhar pra trás. 

Nunca quis muito da vida, mas alguém que quisesse andar de mãos dadas comigo na praia e sentar pra ver o pôr do sol, como a gente fez, era uma das poucas coisas que eu pedi pro Cara lá de cima. Depois de você ficou chato tentar me aventurar de novo. Percebo logo de cara quando vou gostar de alguém, e se esse impacto não vem na primeira conversa, eu logo desanimo. Não é porque eu quero, mas simplesmente não sinto vontade.

Continuo levando da forma que dá, mas é impossível não lembrar de você quando ouço certos acordes no fim de tarde; Lembro como se fosse hoje da sua habilidade de passar as músicas pra  viola só de ouvi-las, lembro da sua voz, do seu jeito marrento, do seu sotaque de interior. Lembro de cada detalhe, de cada palavra, de cada conversa. 

Lembro de como eu adivinhava o seu humor só de você começar a digitar uma mensagem, lembro do seu sorriso, da forma de olhar. Lembro do seu jeito preferido de dormir e de como era engraçado quando você dormia só de colocarmos algum filme para vermos juntos. Lembro também dos pulos que você dava quando eu sem querer encostava na lateral da sua barriga e te fazia cócegas… Às vezes me perco nas lembranças e lembro também que você decidiu partir. Ainda procurando motivos, me pergunto o que será que aconteceu, que você não me contou. 

Fico me perguntando se disse algo que não devia, se fiz algo que não gostou e resolveu guardar para si. Independente do que tenha acontecido, depois de você, vou levar pra sempre o melhor de nós, o que aprendi com você nesse curto espaço de tempo que tivemos. Depois de você eu continuei aqui, andando devagar, mas indo em frente, afinal, a vida segue e o tempo não volta atrás. Espero que esteja bem aí do outro lado, e que, num desses desencontros, assim, meio sem querer, a gente possa se encontrar e ter aquela conversa que fluía naturalmente. Como a gente costumava fazer. 







terça-feira, 19 de maio de 2015

Só agradecer...


Hoje acordei com vontade de agradecer. Na verdade faço isso todos os dias. Sempre. Sou muito grata a Deus por tudo. Tudo mesmo, inclusive os momentos difíceis. Pois com eles me fortaleci, aprendi, amadureci e pude ver a necessidade de tantas mudanças em minha vida. Aprendi a ter paciência, comigo e com os outros, com as situações, com o dia a dia.

Foi a partir daí que consegui deixar definitivamente o passado em seu lugar: no passado. Foi daí que comecei a dar mais valor a tantas coisas e a não me importar tanto com outras. Agradeço as pessoas que partiram. Agradeço muito as pessoas que chegaram. E agradeço mais ainda as pessoas que permaneceram. 

Sou muito grata, tenho muitas pessoas especiais em minha vida. Essas pessoas conseguem transformar o meu dia. e acho que nem se dão conta disso. E até nos dias que estou um pouco menos confiante sempre surge um "anjo" pra me animar e me fazer lembrar a beleza da vida até mesmo com suas dificuldades. Agradeço por cada conquista e também por cada decepção. 

Agradeço por todos os ensinamentos. Agradeço por cada cicatriz... aliás, tenho uma boa quantidade delas. As maiores e mais doloridas não são visíveis e algumas vezes ainda as sinto, afinal nem tudo está cicatrizado. Quem sabe um dia... Mas sempre que essas ou novas cicatrizes voltam a me incomodar eu penso em tudo de bom que já vivi e que ainda vivo. Em quanta coisa boa até mesmo as cicatrizes já me trouxeram. E então minha fé se renova. Elevo o pensamento e agradeço. Sou muito abençoada e tenho muito mais a agradecer do que reclamar. E que assim seja.

(Tati Pereira)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Sobre os silêncios


Quando vemos alguém em silêncio, podemos pensar que ela não sofre. Podemos pensar que ela passa pelas dificuldades da vida e não se abala. Presos na nossa forma de pensar, não imaginamos que às vezes quem fica em silêncio é o que mais sente. Quem cala prefere ficar quieto, pois sua dor é tamanha, que se fosse falada, seria capaz de quebrar as paredes, os vidros, o teto. Prefere calar para não incomodar aqueles que não tem porque ouvir suas lamúrias. Prefere calar pois acredita que tem tantos que sofrem tanto ou mais que ele, que é até uma ofensa abrir a boca para reclamar de algo.

Quem cala esconde num sorriso amores passados, mágoas reprimidas, sonhos esquecidos. Quem não fala de seus problemas esconde-se deles como se eles não existissem, e vivem alheios a eles. Tem tão pouco tempo para sofrer que quando vêem, o dia já raiou, as responsabilidades já chegaram na sua porta e percebem, cruelmente, que não há tempo para sentar e chorar. O mundo não vai parar para que você conserte seu coração.

Quem prefere calar evita falar da dor para não doer, para não parar, para não sucumbir. Evitam demonstrar fraqueza para fortalecer os outros. Preferem manter um sorriso no rosto, mesmo sangrando por dentro, e por mais que as pessoas lhes digam seus problemas e sobre o que sofrem, os que calam preferem se esconder por trás de uma postura serena para que as pessoas também sejam fortes. E é justamente essa a palavra que define os que silenciam: força. Respiram fundo e num fôlego se reerguem rapidamente, revêem as possibilidades e traçam novos caminhos. Mas sabem que são assim porque a vida lhes moldaram assim: o mundo não dá oportunidades para os que ficam por aí se lamentando. O mundo não sorri para quem se entrega para a tristeza. 

E é justamente essa a lição que devemos aprender com o silêncio do outro: nem sempre quem cala é indiferente. Quem cala prefere guardar para si as coisas que só ele entende, e sabe que parar no meio do caminho para falar do que lhe aflige não vai resolver. Há silêncios que são mais sábios que quaisquer palavras pronunciadas...

quarta-feira, 29 de abril de 2015

E todo o resto?



Não que você tenha desistido. Você não é disso. Existe uma pequena diferença entre desistir e dar murros em ponta de faca. Chega um momento em que percebemos que não adianta insistir. Que por mais que queiramos, lá no íntimo que dê certo... certas coisas, por algum motivo que foge à nossa compreensão não são para acontecer. 

Mesmo com aquela sensação de cinza por dentro, engolindo a seco, oras, devemos seguir em frente. Independentemente do que esteja acontecendo aí no seu coração, o mundo não vai parar pra te ver chorar. Mesmo que você tenha perdido uma, duas noites de sono, tenha se derramado em lágrimas e queira ficar da porta pra dentro. No dia seguinte as responsabilidades continuam, e o Sol volta a brilhar, irritando seus olhos marejados. 

Seguir em frente, erguendo a cabeça, deixando o coração  (aquele carinha lá, que já anda meio cansado de andar em círculos)  procurar por outras batidas. Oras, vá dormir e tenha a certeza que fez tudo o que podia ter feito. Não insista, não tente de novo. Pare de se questionar... tantos "e se", não é? Pois é, o que você queria talvez não combine com o que o outro queria. E o que fazer com o que sobra? Com toda a sua expectativa, com todos os planos. O que fazer com aquele pôr do sol que vocês não vão mais? Aonde colocar essa ansiedade, o espaço vazio, a expectativa... 

Paciência é uma virtude, e quem sabe esperar e acalmar o espírito são os que se saem bem diante de impasses como esses. Que tenhamos calma na alma, no coração, na mente e muita fé. Pois um dia a tempestade passa, a onda vai embora e a calmaria retorna. Sempre. 

(Tati Pereira/ Samantha Fonseca)